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Opinião
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CRIACIONISTAS X EVOLUCIONISTAS
Jónatas Machado, sábado, 25 de outubro de 2008
CRIACIONISTAS X EVOLUCIONISTAS
Estimados leitores

O meu objectivo neste debate, que quero desenvolver, se não numa situação ideal de diálogo, pelo menos num contexto conversacional elevado, consiste em tentar demonstrar que o criacionismo bíblico, baseado na interpretação textual-gramatical, sistemática e histórica mais natural dos textos Bíblicos, é uma alternativa racionalmente sustentável e plausível à teoria da evolução. Embora parta da aceitação, pela fé, de que a Bíblia é a Palavra de Deus, porque assim se referiram a ela Moisés, os Profetas, Jesus e os seus Discípulos, bem como a generalidade da tradição cristã, procurarei sustentar a sua adequação a descrever o Universo, a Vida e o Homem, recorrendo frequentemente aos dados empíricos recolhidos pela comunidade científica globalmente considerada e por aqueles cientistas mais directamente ligados ao movimento criacionista internacional. Isto, por uma questão de acessibilidade intersubjectiva e respeito pelos interlocutores que não partilham das minhas premissas.

Procurarei deixar claro que o evolucionismo não tem qualquer fundamento e consistência empírica e que é aceite, única e exclusivamente, pela fé. Como eu sou um homem de fé, estou habituado a reconhecê-la quando a vejo. E os evolucionistas batem todos os recordes em matéria de fé. Na minha modesta opinião, que procurarei fundamentar sempre com o máximo respeito para com os evolucionistas, a teoria da evolução é um embuste ideologicamente enraizado na filosofia naturalista e materialista que se afirmou no mundo ocidental a partir do século XIX, mas com antecedentes remotos na antiguidade pré-cristã, designadamente no atomismo em geral e no epicurismo em particular. Esta filosofia naturalista e materialista, embora destituída de qualquer base empírica sólida, acabou por tornar-se a religião oficial do sistema educativo nos países ocidentais, em boa parte como compreensível reacção ideológica contra as tradições judaico-cristãs e os modelos teológico-políticos hierárquicos, centralizados e autoritários que sobre elas se edificaram. No entanto, pode questionar-se se não se estará aí, nos tempos que correm, perante uma clara violação do imperativo de neutralidade estadual que caracteriza os modernos Estados constitucionais, alicerçados na liberdade de consciência, de religião e de expressão.

A ciência está sempre em desenvolvimento e transformação. O que é verdade hoje em ciência, pode não ser verdade amanhã. Plutão pode ter sido considerado um Planeta por toda a comunidade científica, mas hoje foi despromovido. A comunidade científica já tem defendido a uma só voz muitas ideias que se têm revelado totalmente erradas. Ainda agora foram publicados nos Estados Unidos dois livros denunciando a famosa "teoria das cordas" (string theory), através da qual se pretendeu, durante as últimas décadas, harmonizar a teoria geral da relatividade e a física quântica postulando a existência de 10 ou 11 dimensões. Nesses livros, os autores Lee Smolin e Peter Woit começam por sustentar que a "teoria das cordas" (a despeito da sua aceitação quase generalizada pelos físicos contemporâneos) está completamente errada, e mesmo que é tão disparatada e fantasiosa que nem chega ao ponto de poder estar errada. Mas, para além disso, os autores denunciam o modo como as lutas por poder e prestígio entre cientistas e o pensamento de grupo frequentemente se abatem sobre a comunidade científica, conduzindo-a à perseguição, aberta ou encoberta, de todos os "hereges", "apóstatas", "cismáticos" ou "infiéis" que ousem levantar-se contra as teorias científicas dominantes. Note-se que esta opinião é expressa por dois cientistas não criacionistas.

Particularmente quando se trata de questões relacionadas com as origens do Universo e da Vida, que não são nem observáveis nem repetíveis, é preciso aceitar os dados científicos com cautela, já que os mesmos estão em muitos casos dependentes dos modelos adoptados. Existem centenas de modelos cosmológicos, sendo neste momento impossível determinar qual é o correcto. Do mesmo modo, existem pelo menos cinquenta teorias diferentes sobre a extinção dos dinossauros, sem que tenha sido possível demonstrar a veracidade de uma delas para além de qualquer dúvida razoável. Na verdade, mesmo sobre factos muito mais recentes existem controvérsias intermináveis entre cientistas. Alguns historiadores dizem que os eventos da mitologia grega narrados na Ilíada e na Odisseia tem uma base histórica. Outros, diferentemente, sustentam que os mesmos são puramente mitológicos.

Afinal, como poderemos um dia saber a verdade? Como poderemos ter a certeza de que vimos tudo o que há para ver e sabemos tudo o que há para saber? Se a ciência é sempre provisória, poderemos um dia saber a verdade? E como saberemos que encontrámos a verdade se não a conhecemos? Jesus disse, "Eu sou a Verdade". Ele também disse, "Eu sou o Alfa e Ómega, o princípio e o fim". Jesus é apresentado como Verbo, Razão, dizendo-se na Bíblia que o Universo foi criado por Ele e para Ele. As suas palavras são caracterizadas como mais sólidas e duradouras do que os Céus e a Terra. Estas são as premissas de que eu vou partir, procurando tirar delas todas as consequências lógicas e aplicá-las na interpretação dos dados. Se as mesmas estão correctas, então a origem, o sentido e o destino do Universo, da Vida, e do Homem só podem ser conhecidos a partir da Palavra de Deus, e não pelas observações que cientistas falíveis vivendo no presente fazem no presente com base em premissas incertas e instrumentos tecnologicamente imperfeitos. Do mesmo modo, se as mesmas estão correctas, então todos os modelos científicos que partam do princípio de que o Universo e a Vida surgiram e evoluíram por acaso, sem qualquer intervenção sobrenatural, devem ser rejeitados liminarmente, porque incompatíveis com elas. Penso que estão mal os cristãos que aceitam que Deus criou o mundo, mas depois aceitam modelos científicos que pressupõem que tudo surgiu e se desenvolveu por acaso, sem qualquer intervenção divina.

Em meu entender toda a actividade científica levada a cabo por seres humanos falíveis e ignorantes em muitas coisas tem invariavelmente que repousar em pressupostos aceites pela fé. Nas minhas intervenções subsequentes procurarei explicitar as premissas do criacionismo bíblico e as premissas, nem sempre abertamente assumidas, em que repousa a teoria da evolução. Irei procurar demonstrar que tanto os criacionistas como os evolucionistas interpretam os dados empíricos de acordo com um modelo teórico ou paradigma pré-definido, procurando em seguida acomodar as observações a esse modelo. De facto, não existe alternativa. O acto de Criação não pode ser observado nem repetido. Por seu lado, a evolução de uma espécie para a outra, a ter acontecido, teria demorado milhões de anos, escapando por isso à capacidade de observação humana. Irei procurar tornar claro que o modelo criacionista, com a sua lógica própria, permite uma explicação muito razoável e plausível dos dados de facto, que acomoda sem grandes dificuldades.

As teorias científicas podem e devem ser abertamente discutidas, sem respeito por qualquer autoridade científica. Não aceito qualquer autoridade científica definitiva a homens como Darwin, Lyell, Simpson, Gould, Dawkins, Lewontin, Eldrege, Ruse, etc. Ainda bem que assim é, visto que se sabe hoje que muitas das coisas por eles defendidas se justificam mais pela sua ignorância do que pelo seu conhecimento. Isto pode parecer presunçoso, mas penso que é a atitude correcta. Como evangélico que sou, defendo um modelo discursivo e argumentativo aberto, em todas as frentes, que não se deixe limitar e intimidar pela autoridade de eclesiásticos, políticos ou cientistas, mas que dê a todos a possibilidade de examinarem livremente os textos e os factos e darem o seu contributo se assim o entenderem. Foi em nome deste ideal que os evangélicos se ergueram contra a autoridade do Papa, do Imperador, de Monarcas absolutos e mesmo de maiorias políticas democráticas, nomeadamente nas revoluções inglesas (1646-49 e 1688) e americana (1776). Foi a partir daí que se desenvolveram e floresceram princípios constitucionais importantes como a liberdade religiosa e a separação das confissões religiosas do Estado. Como jurista que sou, não tenho conhecimento, no domínio da ciência, da existência de um qualquer supremo tribunal científico com competência para se pronunciar definitivamente sobre a intangibilidade de teorias científicas, com a força de uma sentença transitada em julgado, deixando por esse meio de admitir a discussão das mesmas até à consumação dos séculos. Daí que me pareça absurdo, e insustentável de acordo com próprios os cânones da ciência, daqueles que querem proclamar a evolução das espécies como a última palavra científica sobre a matéria, quando a ciência se caracteriza por estar aberta a novos factos, novas hipóteses, novos modelos. Será que querem impedir que a comunidade científica mude de opinião relativamente à teoria da evolução? Pelos vistos é isso que se passa. Como é que a opinião hoje dominante na comunidade científica pode aspirar a ser o critério último de verdade sobre o Universo, a Vida e o Homem, se a mesma se encontra em constante mutação e se nada nos diz qual ela será daqui a 100, 200 ou 3000 anos?

Sobre as minhas qualificações para o debate, que tal examina-las à medida que o debate for decorrendo? As aparências podem ser enganadoras. Afinal, Charles Darwin não era biólogo e Charles Lyell, um dos pais da geologia moderna, era jurista. Por seu lado, o grande astrónomo Hubble era pura e simplesmente um advogado com gosto pela astronomia. Adam Smith, o pai da economia moderna, tinha formação teológica e filosófica. Presentemente, nos Estados Unidos, um dos mais acérrimos e eficazes críticos do evolucionismo é Philip Johnson, um antigo Professor de Direito Processual Penal da Universidade de Berkely e assessor do famoso juiz Earl Warren, do Supremo Tribunal norte-americano, que tropeçou por acaso num livro de Richard Dawkins quando numa sabática em Oxford. Na minha qualidade de Professor de Direito, sou suficientemente humilde para reconhecer competência a alguém que, mesmo não sendo da área jurídica, estudou e pensou o suficiente para poder dar um contributo sério à disciplina. Muitos teóricos do constitucionalismo moderno não eram juristas, mas sim filósofos, teólogos ou médicos. O grande teórico francês do poder constituinte, Emanuel de Siéyes, era um abade. Por outro lado, também sei que para poder discutir este um tema extra-jurídico, como a teoria da evolução, tenho de ler muito, mas mesmo muito, para além de me socorrer de amigos e familiares com formação científica. Não tenho, obviamente, a presunção de conhecer todas as matérias. Em muitos casos limitar-me-ei a indicar os trabalhos dos autores criacionistas. Do mesmo modo, também tenho plena consciência de que neste tema são os criacionistas que têm o ónus da contra-argumentação, na medida em que têm que argumentar contra ideias geralmente aceites. Em todo o caso, penso que posso dar um contributo na visão da "floresta", tendo verificado directa e pessoalmente que muitos cientistas altamente competentes com quem tenho falado estão demasiado envolvidos com a "árvore" dos seus projectos de investigação que não são capazes de olhar para além dela e questionar as premissas do evolucionismo. Nas minhas conversas com cientistas percebo que a razão pela qual a maioria é evolucionista se deve ao facto de a maioria dos cientistas serem evolucionistas.

Espero que esta discussão seja interessante tanto para evolucionistas como para criacionistas, designadamente para que ambos possam testar os seus argumentos, trocarem ideias e informação e verem se é necessário proceder a ajustamentos não só nas razões que mobilizam a favor das suas concepções, mas também no modo como vêem as concepções dos outros. Espero que alguma coisa de positivo possa acontecer com este debate. Apelo por isso a uma leitura serena e racional dos argumentos, que os ouça e compreenda antes de os julgar e condenar. Apenas chamo a atenção para o facto de que se trata aqui de uma discussão complexa, que pode demorar muito tempo, haja em vista as muitas as tarefas que nos ocupam.
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