Ahimsa quer acabar com a distância e planeja casamento no próximo ano Tecnologia conecta corações apaixonados que estão a quilômetros de distância, enquanto bate-papo na internet acaba em casamento. Sites de relacionamentos ganham mais usuários a cada dia. Mas a polícia registra aumento nos casos de crimes virtuais e orienta internauta a ter cuidado Diariamente a estudante Ahimsa Novaes, de 22 anos, conta os minutos para o ponteiro do relógio marcar meio dia. O motivo é conversar com o namorado, o biólogo Carlos Cintora, 40 anos. A ansiedade da jovem se repete também no fim do dia quando, mais uma vez, o casal de se encontra para reafirmar juras apaixonadas. O que difere este relacionamento de tantos outros, além da diferença de idades e do aumento do romantismo às vésperas do dia dos Namorados, é que Carlos mora em Málaga, no Sul das Espanha e e está a 7.546 quilômetros de Ahimsa. Juntos há quase três anos, boa parte do namoro se passa pelo computador. Histórias como a de Ahimsa e Carlos são bons exemplos das novas possibilidades geradas com a popularização da Internet, que encurta distâncias e une pessoas de realidades diferentes. Se antes as principais formas de homens e mulheres encontrarem um parceiro eram festas, escola ou trabalho, hoje vários relacionamentos começam - e terminam - através de scraps do Orkut ou conversas no MSN. Ahimsa conheceu pessoalmente o espanhol Carlos em julho de 2005, quando foi visitar o país. O biólogo tinha amigos em comum com a jovem e eles já haviam conversado algumas vezes pela Internet. Logo começaram a namorar e no mês seguinte foi a vez de Carlos retribuir a visita no Brasil. "Desde aquela época nos vemos nas férias dele, que são em agosto, quando ele vem o Brasil para cá, e nas minhas, em julho ou janeiro, quando vou para lá", conta a estudante. No intervalo dos encontros "ao vivo" eles enfrentam cinco fusos horários e conversam pelo menos duas vezes por dia através do Skype. Ciúmes No começo a família de Ahimsa estranhou o novo namoro da jovem, principalmente por ela ficar tanto tempo diante do computador, o que prejudicaria os estudos. "Antes só havia um PC em casa que ficava na sala, o que era ruim, pois nem eu nem meus pais tinham privacidade. Mas há um ano comprei um laptop e ficou mais fácil", afirma. Além disso, tanta distância provoca outros inconvenientes, como ciúmes e solidão. "Já tivemos momentos difíceis e achei que não ia agüentar a distância, mas conseguimos superar. Tanto eu como ele somos mais quietos e o que ajuda. Eu sou um pouco ciumenta, mas já aprendi a lidar com isso", acredita. Como nem sempre estão juntos, os namorados freqüentam vários eventos sozinhos, desde que um combine com o outro. "Vou ao shopping, festas ou ao cinema e vejo outros casais e queria viver tudo isso com ele, o que é muito ruim", lamenta Ahimsa. No entanto, mesmo os problemas de um namoro à distância podem trazer algum benefício. "Temos que superar algumas coisas sozinhas e isso é até melhor para nós dois. Tem que se basear muito na confiança e no amor". Mas os inconvenientes do namoro pela Internet podem estar perto do fim. Carlos e Ahimsa querem se casar, assim que que a estudante se formar em Comunicação, no final do ano. "Quero continuar os estudos lá e estou pensando em casar no meio de 2009. O casamento civil será será na Espanha e a festa aqui no Brasil. Assim será mais fácil tanto para entrar na Comunidade Européia, quanto para ele vir ao Brasil", planeja.
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