Defendo a iniciativa de divulgar as culturas nativas, principalmente as canções, embora não seja afeto a este tipo de música. Na idade em que estou, dou-me o direito de não ouvir e não gostar.
Do mesmo modo, não me considero no direito de impor meus gostos musicais a quem quer que seja. Falo isso por conta das vuvuzelas da Copa. Nunca vi uma coisa tão ridícula, inconveniente e despropositada em toda a minha vida.
A tal corneta pode atingir uma intensidade sonora de 140 decibéis. Estes níveis são muito nocivos à saúde auditiva do ser humano. Estão atrapalhando o trabalho da imprensa. Prejudicam a comunicação entre os atletas que estão em campo e entre o técnico e os jogadores.
O apito do juiz (120 decibéis) mal é ouvido. Não se escuta o canto das torcidas. O grito de gol é sufocado pelo som das cornetas.
Os sul-africanos dizem que é manifestação da cultura local e que isso tem que ser respeitado. Bulhufas! Tiveram a festa de abertura e terão a festa de encerramento para mostrar seus usos e costumes musicais. A Copa não é deles. É do mundo. Por acaso a competição é lá.
Não quero acreditar que uma cultura rica como a deles possa ser resumida a um bando de babacas tocando corneta o jogo todo e irritando o mundo inteiro.
Na escolha das próximas sedes de Copa do Mundo, deveriam excluir as candidatas com vuvuzela. Não falo da boca para fora. Quando vou a uma festa onde o som está muito alto, faço um social e logo dou o fora.
Toufic Anbar Neto, médico, é mantenedor da Faceres [email protected]