A safra da cana-de-açúcar traz uma preocupação adicional para as empresas concessionárias de energia elétrica: as queimadas sob as linhas de transmissão, que provocam interrupções no fornecimento de eletricidade, podendo atingir até cidades inteiras, em alguns casos mais graves.
Só na região noroeste do estado, a CPFL Paulista registrou no ano passado 122 interrupções de energia provocadas por queimadas sob as linhas de alta tensão. Segundo a Companhia, nessa região estão localizadas algumas das cidades mais importantes do interior paulista, como Bauru, Araçatuba e São José do Rio Preto, entre outras.
A empresa esclarece que o calor do fogo, mesmo quando não atinge diretamente os cabos elétricos, pode provocar curtos-circuitos, interrompendo o abastecimento. Ao contrário do que se pode pensar, não só o fogo prejudica o funcionamento das linhas de distribuição e transmissão de energia.
De acordo com o gerente da CPFL Paulista, Francisco Carlos Martins, a fuligem e a palha da cana-de-açúcar espalhadas pelo vento também podem causar transtornos, já que esses elementos aquecem o ar, tornando-o mais condutor e aumentando as chances de um curto na rede.
Outra preocupação em relação às queimadas se refere à fumaça. Afinal, o excesso dela no meio ambiente causa um super aquecimento dos cabos, diminuindo a resistência e facilitando o rompimento.
A CPFL explica que as queimadas podem provocar dois tipos de desligamentos: os que vão de pequenos a grandes tempos de interrupção e os chamados “piscas”. Para o consumidor doméstico, os piscas são quase imperceptíveis, mas para as grandes indústrias, os desligamentos de curta duração, mesmo que de segundos, prejudicam a linha de produção.
O clima seco e o início da safra de cana-de-açúcar, cultura em que é comum atear fogo antes da colheita, fazem do período o de maior incidência de focos de queimadas.
Por isso, é importante a conscientização da população, já que os incêndios sob a rede de transmissão e distribuição de energia, na grande maioria, são causados por queimadas utilizadas como método de poda de plantações agrícolas.
