JORGE - Leitor da Revista Veja
Meus amigos internautas prestem mais atenção na programação de TV. Assistam mais os programas educativos, leiam mais jornais, de preferência de pontos de vista diferentes. Como confiar em canais de televisão que mostram propagandas de bebida o dia inteiro e depois dedicam 5 minutos para dizer que o motorista não deve beber antes de dirigir. Ou ainda, que nos incentivam a consumir produtos que provocam câncer. Ou além disso, que vivem à custa de matérias espetaculosas. Ou acreditar em uma emissora que tem o seu maior telejornal patrocinado por um banco - será que quando esta emissora falar de economia - ela analisará o tema criticamente ou levará para sua TV o ponto de vista que agrada o banco? Ou uma outra emissora que tem seus programas patrocinados por uma empresa que vende produtos derivados de aves criadas à base de hormônios e que ao longo do dia veicula dezenas de propagandas tentando nos convencer a consumir alimentos industrializados com excesso de sal, gordura, e hormônios que em conjunto causam obesidade e câncer?
Até quando o povo vai ser enganado por falsas igrejas e falsos pastores? Lembram daquele pastor que tem programas em quase todos os canais de tv aberta e até já possui uma rede de tv a cabo, ou daquele outro que desembarcou nos Estados Unidos com dólares escondidos dentro da bíblia, ou daqueles que assaltam seus seguidores dentro de suas igrejas? Vocês lembram o caso da Escola de Base de Brasília no qual a Rede Globo veiculou durante semanas de programas acusando o diretor da escola de haver estuprado uma criança? O homem foi preso, as mães mudaram seus filhos de escola, a escola foi pichada e quebrada. Alguns meses depois uma psicóloga e o delegado do caso revelam que o que aconteceu foi um delírio da criança que fez as acusações - isto é a criança confundiu sonho com realidade. A Rede Globo não pediu desculpas pelo fato, muito menos indenizou o acusado, que hoje vive muito mal e com sérios problemas. Precisamos muito de redes de tv que não estejam associadas ao poder, à política. Precisamos de redes de tv que mostrem outras vozes: a voz do negro, a voz do trabalhador, a voz do pequeno agricultor, a voz da mulher, a voz do pobre, a voz das religiões que são oprimidas e discriminadas. Quando olhamos a tv brasileira atual, pensamos que estamos na Finlândia ou na Suécia, só há loiros - não há negros, índios, mestiços como estrelas. Para estes a televisão brasileira reservou o papel de escravos, empregadas, palhaços, ladrões ou gente com todas as patologias existentes na terra. Já é hora de uma mídia verdadeiramente independente.
