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ROQUEIROS BRASILEIROS NÃO ATINGEM PÚBLICO COM MAIS DE 25 ANOS
Janaína Cunha Melo - EM Cultura, domingo, 10 de janeiro de 2010
ROQUEIROS BRASILEIROS NÃO ATINGEM PÚBLICO COM MAIS DE 25 ANOS

Samuel Rosa diz que jovens roqueiros não conseguem atingir público além da própria geração. Retrocedemos na forma de consumir música, adverte o líder do Skank


Samuel Rosa começa o ano questionando o atual pop-rock brasileiro. Vocalista do Skank, um dos poucos grupos dos anos 1990 que sobreviveram ao sertanejo e ao axé, ele não acredita em fórmulas prontas. Em turnê pelo país com o show Estandarte, o grupo vai gravar CD e DVD ao vivo, no Mineirão, este ano. Samuel diz que o rádio continua mola propulsora de sucessos, a despeito das novidades oferecidas pelas novas tecnologias.


"A força do rádio para o tipo de música que a gente faz é realmente assustadora. Fico apreensivo sobre como o público, às vezes, fica tão vulnerável a um sucesso", afirma.


Blogs, Twitter e Myspace ainda não alcançaram a massa a ponto de se compararem a um dos veículos mais populares de comunicação. "Apesar de todo mundo conhecer o Skank e de saber quem sou, se uma música toca na rádio, isso modifica até a maneira como as pessoas me abordam nas ruas. O fato é que não nos desvencilhamos dessa necessidade", reforça.


Com quase 20 anos de estrada e nove discos gravados, Samuel avisa: na última década, o rock perdeu relevância no universo da cultura jovem.


NA BOCA DO POVO

"Ano passado, Ainda gosto dela tocou muito nas rádios e depois entrou Sutilmente, música pop ao pé da letra, com que todo mundo se identifica facilmente. É impressionante como isso mexe com um grupo como o Skank, que existe há 20 anos e todo mundo conhece. Muda desde o tipo de abordagem das pessoas nas ruas e a procura de shows à resposta do público, apesar de estarmos aí há tanto tempo. Confesso que gostaria de ser um pouco mais independente, porque o rádio hoje é difícil. Para a quantidade de trabalhos produzidos, principalmente no Brasil, é muito pouco espaço."


ANOS 1990


"Já vi o rock brasileiro ter mais espaço na preferência do público jovem, com mais importância dentro da cultura do Brasil. O rock perdeu demais. Por vários motivos, porque a produção não está tão boa, até mesmo por contingência. Tudo tem o seu ciclo. Vez ou outra, há alternância de postos, e isso é natural. Mas, nos anos 1990, quem chegasse ao Brasil se deparava com um cenário lindo do pop-rock. Agora a gente não é mais a bola da vez. O rock estava numa posição muito confortável, com espaço em todas as mídias e no gosto popular. Havia outros segmentos, mas ele era soberano. Um disco de Paralamas, do Skank ou do Lulu Santos vendia mais de 1 milhão de cópias. Novos grupos se destacavam, como Cidade Negra e até Mamonas Assassinas, com aquela coisa meio piada, mas que valia – era a continuação do Inimigos do Rei. Hoje, o rock ficou target demais, com público muito juvenil. Quem passou dos 25 anos já não escuta o que a nova geração está produzindo. Antes, essa música agradava de crianças de 9 ou 10 anos a profissionais liberais. Quando penso que o rock é isso que ouvimos hoje, acho que o Skank não pode ser classificado como rock."


MUDANÇA DE ROTA


"A rapaziada de hoje não tem mais constrangimento de assumir o sertanejo. O pessoal gosta mesmo, escuta, vai aos shows dessa mistura de regional com pop. Eles recorrem a músicos bons, que emprestam sofisticação à música que não questiona nada, que não se questiona. Tem o seu papel, não estou aqui para criticar. Mas de que adiantam músicos tão bons num segmento que não se desdobra, que está propositadamente cristalizado? Tudo bem que algumas coisas do pop-rock também estão assim, mas o rock é lugar de experimentação. Assim, ele vai perdendo espaço e outros gêneros assumem o seu lugar."


INCERTEZAS


"O nosso disco Estandarte, lançado em 2008, fechou o ciclo de uma década. Este ano, vamos gravar um ao vivo, porque o nosso último registro nesse formato foi há 10 anos, em Ouro Preto. Estamos numa fase bacana, de menos ansiedade. De certa forma, o jogo está resolvido, sabemos o que fazer. Antes, era difícil lidar com as preocupações. A gente não sabia o que podia acontecer com o nosso futuro, estávamos pisando num telhado de vidro. Agora é diferente. Afinal, poucos grupos daquela geração estão aí hoje. Das bandas que coabitam esses nichos da cultura pop, não vejo ninguém em situação como a do Skank. No auge dos anos 1990, fazíamos um programa de televisão e íamos para a Europa, para não esgotar a imagem do grupo. O desgaste é muito perigoso. Sobrevivemos. À nossa maneira, intuitivamente, porque a gravadora também não sabia dizer como fazer. Fizemos escolhas acertadas."


RETROCESSO


"É muito frustrante, com a retração do mercado fonográfico e a internet, ver o quanto as pessoas estão mais atreladas à superficialidade. Uma faixa do disco é lançada e as outras músicas não têm chance de ser protagonistas de nada, caso não entrem numa trilha de novela ou num filme. É decepcionante fazer um disco como Estandarte e boa parte desse material se perder. Fica só para os fãs mais xiitas, que pedem o lado B. A internet reconfigura a cena, o perfil do público e o contexto. Agora é vez da quantidade, o self-service com um pouquinho de cada possibilidade posta para experimentar. Já não se escuta um disco do início ao fim, como antigamente. Retrocedemos na forma de assimilar, de consumir música. Ouvimos música como se estivéssemos comendo com a mão."

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